Para o tecido benigno do colo do útero se tornar maligno (câncer) leva 4 a 6 anos, passando por uma fase de transiçao (lesão pré-maligna) chamada NIC (Neoplasia Intra-Epitelial-Cervical), induzida pelo HPV (Human Popiloma Virus).
A prevenção do câncer de colo uterino é feita por meio do exame anual do Papanicolaou, que pode revelar aquela fase de transiçao que dura 4 a 6 anos; quando o Papanicolaou se mostra alterado, indicamos a colposcopia e biópsia do colo para fazer o diagnóstico definitivo e proceder ao tratamento.
Existem vários procedimentos para tratar as lesões pré-malignas, mas todos de pequeno porte e que consistem basicamente em retirar ou destruir a lesão.
Observando o colo do útero com colposcopia (que aumenta cerca de 10 vezes), podemos identificar a lesão e retirá-la com uma pinça o fragmento do colo assim obtido é enviado para exame anátomo-patológico para confirmação do diagnóstico no microscópio. Confirmado o diagnóstico pode ser usado laser, que leva a destruição da lesão deixando uma cicatriz mínima no colo do útero.
Quando não se localiza com precisão a área comprometida ou a mesma é extensa, faz-se a retirada de uma porção maior do colo (conização), mas mesmo assim sua fisiologia não é comprometida, possibilitando um parto normal futuramente.
Nos estágios iniciais o câncer do colo do útero é assintomático.
Os sintomas tardios incluem: sangramento às relações sexuais, corrimento vaginal escuro e com odor, sangramento vaginal fora do período menstrual, obstrução do ureter, perda de apetite e perda de peso.
Ao exame ginecológico, constata-se lesão vegetante, semelhante à couve-flor, no colo uterino, que é friável e sangra facilmente; mesmo assim deve-se praticar a biópsia do colo e enviar o material para exame anátomo-patológico para confirmação.
Se a paciente perdeu a oportunidade de identificar uma lesão pré-maligna (por 4 a 6 anos), então poderá haver evolução para o câncer invasor que, como o nome indica, deixa de estar localizado só na mucosa superficial penetrando nos tecidos mais profundamente.
A partir desta situação, o tratamento será cada vez mais agressivo em proporção ao grau de propagação do tumor.
Nas fases mais iniciais a cirurgia oncológica resolve a maioria dos casos. Os tumores do colo do útero são sensíveis à radioterapia, que poderá complementar uma cirurgia ou ser feito primeiramente (como tratamento inicial e único) com bons resultados.
A quimioterapia pode ser empregada em casos mais avançados, com resultados precários.