Trabalho de Parto Prematuro
A prematuridade constitui o problema perinatal mais sério em nossos dias, responsável por cerca de 75% da morbilidade e mortalidade perinatal.
O parto pré-termo é definido como todo parto que ocorre antes de 37 semanas completas ou 259 dias. A sua incidência é de 8% a 10% das gestações.
O parto pode ser prematuro por dois motivos: o primeiro se ele for espontâneo decorrente de um trabalho de parto prematuro e o outro motivo quando durante o pré-natal surge alguma complicação com a mãe ou com o bebê que faz com que o obstetra tenha que antecipar o parto.
As principais causas do parto prematuro são:
- Parto prematuro anterior,
- Gravidez múltipla (gêmeos/trigêmeos),
- Rotura prematura das membranas (bolsa rota antes de 37 semanas),
- Pré-eclâmpsia,
- Incompatibilidade RH,
- Polidramnio, oligoamnio,
- Placenta prévia,
- Descolamento prematuro da placenta,
- Malformações congênitas,
- Corioamnionite,
- Insuficiência istmo-cervical,
- Malformações uterinas,
- Miomas uterinos,
- Desnutrição,
- Anemia,
- Infecções maternas,
- Infecções do trato urinário,
- Condições desfavoráveis de profissão,
- Estresse, entre outras.
A prevenção é a melhor forma de evitar o parto prematuro. Desta forma o obstetra durante o pré-natal deve se esmerar para tratar e orientar a gestante evitando as principais causas de parto prematuro. Por exemplo, identificando uma infecção urinária e tratando prontamente diminui o risco de parto prematuro.
Na consulta realizar o toque para identificar se o colo está dilatando de forma precoce. Avaliar a presença de corrimento vaginal que pode levar a infecção da bolsa com rotura prematura das membranas (rompe a bolsa d’água precocemente).
Durante o pré-natal pode ser solicitado a ultrasonografia transvaginal para avaliar a medida do colo uterino. Este exame pode ser realizado entre 22 e 24 semanas, e caso a medida do colo seja inferior a 15-20mm existe risco aumentado de parto prematuro.
O diagnóstico do trabalho de parto prematuro pode ser difícil. Os critérios para diagnosticá-lo é mediante contrações (cólicas) uterinas dolorosas e rítmicas (2 em 10 minutos) que acarretam a dilatação do colo uterino. Confirmado o diagnóstico de trabalho de parto prematuro e se a gestante está entre a 22ª e 34ª semana e o bem estar fetal estiver normal, pode-se utilizar medicamentos para inibir o trabalho de parto em ambiente hospitalar.
A inibição do trabalho de parto com medicamentos ajuda a postergar um pouco o parto, mas não por muito tempo. Devido o maior problema do bebê prematuro ser a dificuldade respiratória ocasionada pela falta de uma substância chamada surfactante produzida no pulmão no final da gestação, estas pacientes devem receber um medicamento (corticoterapia) para ajudar a acelerar o amadurecimento do pulmão do bebê. Este medicamento deve ser usado no período entre 24 e 34 semanas. Não é recomendável utilizar por mais de 1 ou 2 ciclos estes medicamentos.
O tipo de parto vai depender da posição do bebê no útero e do tempo da gravidez. Muitas vezes é necessário fazer a cesárea quando o bebê não está na posição correta que é com a cabecinha para baixo.
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