Obstetrícia / Parto Normal

Parto Normal

Uma preocupação que acompanha a gestante é sobre que tipo de parto ela vai ter e qual a melhor forma de ocorrer o nascimento.

O parto normal pelo próprio nome já traduz que é a forma normal e portanto melhor para que ocorra o nascimento. A maioria das mulheres conseguem ter o parto normal que é um momento único na vida do casal. Mas nem sempre é tão simples assim. Várias angústias estão envolvidas e diversas inseguranças devem ser esclarecidas.

Não é raro perguntarem se haverá tempo de chegar à maternidade, e se tiver muito trânsito, enfim vários fatores que são imprevisíveis acompanham o parto. A vida moderna cheia de atribulações, o planejamento de tudo com antecedência para evitar complicações ou dores de cabeça, esbarra na imprevisibilidade do momento do parto.

É importante explicar para gestante que o trabalho de parto é longo podendo chegar em média a durar de 6 a 12 horas, tempo suficiente para chegar à maternidade.

Orientá-la sobre como identificar as contrações, pois o sucesso do trabalho de parto só acontece quando a gestante interna na maternidade em franco trabalho de parto. A angústia e ansiedade muitas vezes não dão chance para a gestante aguardar o momento oportuno para ir à maternidade. O medo do desconhecido, de não saber identificar algum problema faz com que as visitas ao hospital sejam mais freqüentes gerando receios na paciente.

Durante o pré-natal o obstetra deve reforçar as principais indicações para procurar a maternidade que são:

  • Contrações Uterinas

    12 contrações uterinas no período de 1 hora, ou seja, o útero endurece e ocorre uma cólica no baixo ventre que pode durar de 30 a 40 segundos até 1 minuto, sendo uma média de 1 contração a cada 5 minutos. Este processo é progressivo sendo que o intervalo entre as contrações vão diminuindo e a intensidade vai aumentando.


  • Bolsa Rota

    Quando a bolsa rompe ocorre saída de grande quantidade de líquido pela vagina, em geral molha a roupa e escorre pelas pernas (diferente do corrimento que apenas deixa a calçinha úmida). Quando ocorre verificar a cor do líquido se é claro (cor normal), esverdeado (mecônio – nem sempre é normal).


  • Sangramento

    A presença de sangue via vaginal pode refletir apenas a dilatação do colo do útero, mas algumas vezes pode ser devido ao descolamento prematuro da placenta ou devido a placenta prévia. Portanto, é importante procurar o hospital.


Vencendo a primeira etapa, isto é, internando oportunamente em trabalho de parto surge outra preocupação: Será que suportarei as contrações? Este medo é comum, mas a natureza foi sábia dando período de alívio entre uma contração e outra. As gestantes motivadas para o parto normal sabem e estão preparadas para o desconforto das contrações. Se a evolução do trabalho de parto for favorável com boa dilatação do colo e a descida da cabecinha do bebê pode-se instalar uma analgesia momento que a parturiente não suportar mais as contrações. Esta analgesia é realizada por anestesista na sala de parto, sendo uma raquidiana combinada com anestesia peridural. O procedimento é feito com agulha introduzida nas costas na região lombar e o líquido anestésico é injetado no espaço correto. Depois deixa-se um cateter no espaço peridural e conforme houver necessidade de mais medicamento para aliviar a dor este pode ser injetado por este cateter, ou caso durante o trabalho de parto se verifique alguma intercorrência e haja necessidade de uma cesariana.

Em geral, a parturiente está preocupada com a dor e quando ela sente o alívio ou por banho quente, ou massagem nas costas ou mesmo com a analgesia, ela relaxa. Enquanto isto o obstetra tem outras preocupações avaliando o ritmo e eficácia das contrações, a dilatação do colo uterino e a descida da cabecinha do bebê no canal de parto. Atenção especial é dada para o bem estar fetal avaliando a freqüência cardíaca fetal periodicamente. Se tudo estiver sob controle a conduta é aguardar com paciência a evolução do parto. Relembrando a etimologia da palavra Obstetrícia que vem do latim Obstare que é estar ao lado. O obstetra fica ao lado da parturiente acompanhando a evolução normal do parto sem necessidades de manobras, intervenções ou medicações.

Por outro lado, se a evolução do trabalho de parto dor desfavorável com contrações irregulares, o obstetra pode intervir com medicamentos que regulem as contrações, ou se a dilatação não está progredindo como o esperado, às vezes há necessidade de realizar o amniotomia (ruptura artificial da bolsa d’água). Se durante o processo a cabecinha fetal não descer no canal de parto ou a freqüência cardíaca fetal se alterar ficando bradicardíca (diminuição da freqüência cardíaca) apesar do processo estar numa fase avançada em algumas circunstância devemos abandonar a tentativa do parto normal e indicar uma cesariana para salvaguardar o bem estar fetal e materno. Esta decisão sempre é muito triste, muitas vezes frustrante, e as decisões tem que ser tomadas de forma rápida.

Por isso explico para todas as minhas gestantes que até a última fase do trabalho de parto não dá para garantir que este será normal.

A cesariana foi desenvolvida exatamente para estas situações, quando não é possível o parto por via vaginal e nestas condições foi uma grande conquista da obstetrícia.

Caso me perguntem qual é a melhor via para que ocorra o parto, minha resposta é aquele parto em que tanto a mãe como o bebê estão bem.

Voltando ao parto normal com evolução favorável chega o momento final que é o período expulsivo, momento que a parturiente ajuda fazendo força para que ocorra o nascimento. Neste momento o períneo deve ser avaliado. Se ele apresenta boa elasticidade não é necessário realizar uma incisão chamada episotomia ou perineotomia para ampliar o canal de parto. Entretanto, se o bebê é grande e a possibilidade de ocorrer uma laceração dos tecidos do períneo são grandes é preferível realizar uma incisão ampliadora (perineotomia) para prevenir seqüelas futuras.

Ocorrendo o nascimento do bebê uma grande emoção impera no ambiente da sala de parto. O parto humanizado estimula a presença do pai apoiando, confortando e participando em todos momentos do parto. A alegria reina neste ambiente com o nascimento de uma família de um bebê, uma mãe e um pai.

Enquanto o bebê fica sobre o ventre materno, o cordão umbilical é seccionado. Após alguns minutos o recém-nascido é entregue para o pediatra neonatologista para os primeiros cuidados.

A placenta é dequitada e o obstetra revisa a canal de parto realizando alguma sutura que seja necessária.

Sempre que possível estimulamos a amamentação na primeira hora de vida.

Finalizando o parto uma sensação de bem estar emanada pela mãe contagia a todos. É um momento único, indescritível, uma sensação incrível.

O pós-parto (puerpério) é mais tranqüilo quando comparado à cesárea. O período de internação no parto normal é em geral dois dias, enquanto na cesárea são três dias. O retorno as atividades também é mais rápido pós o parto normal, a paciente tem facilidade de locomoção e está mais confortável para cuidar do bebê. Na cesárea existe um pouco mais de desconforto o que limita alguns movimentos, no entanto, com os analgésicos e a técnica cirúrgica aprimorada este comprometimento em geral é pequeno.

Uma preocupação após o parto normal é em relação a flacidez do períneo e o risco de incontinência urinária. Estes problemas podem ser prevenidos no pré-natal através de exercícios perineais que podem ser orientados por uma fisioterapeuta especializada nesta área.



home | clínica | dr. julio elito | equipe | especialidades | localização | fale conosco
Rua Barata Ribeiro, 490 cj. 101 - Bela Vista - SP - CEP: 01308-000 - Tel.: (11) 3123-5626/ 3123-5640 - Email: atendimento@julioelito.com.br
© Copyright 2010 - CLÍNICA PROF. DR. JULIO ELITO JR - Todos os direitos reservados. Desenvolvimento: ZonaDigital