As gestantes com placenta prévia podem apresentar uma complicação grave que é o Acretismo Placentário. O acretismo ocorre quando a placenta penetra de forma mais profunda nas outras camadas do útero. Em geral a placenta penetra até a camada endometrial. Nos casos de placenta prévia por se inserir numa região do útero desfavorável (segmento inferior) a placenta em busca de maior irrigação e nutrição se aprofunda no útero passando pelo endométrio, invadindo o miométrio e por vezes atinge a serosa do útero e em raros casos pode até invadir a bexiga.
Devemos suspeitar de acretismo placentário nas gestantes com cesáreas anteriores e placenta prévia. Nestas circunstâncias em cerca de 20% das vezes pode ocorrer o acretismo placentário.
O diagnóstico antes do parto pode ser suspeitado pela ultrasonografia obstétrica com Dopplerfluxometria ou pela ressonância magnética.
A via de parto nestes casos é a cesariana. A equipe cirúrgica deve ser multiprofissional composta por obstetra experiente, cirurgião vascular (especializado em radiologia intervencionista) a anestesista apto a reverter choque hipovolêmico.
Na maioria das vezes após a retirada do bebê, o útero deve ser removido (histerectomia), pois a placenta fica grudada e não pode ser removida.
Todas as decisões são difíceis principalmente nos casos sem diagnóstico antes do parto e que chegam na maternidade com sangramento.
Para minimizar os riscos é importante realizar um bom pré-natal, na suspeita de acretismo placentário conversar com a gestante sobre os riscos e o tratamento. Compor uma equipe cirúrgica multiprofissional e preparar a paciente para uma remoção de útero caso se confirme o acretismo placentário no momento do parto.
